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Pesquisadores da Universidade Eduardo Mondlane e de instituições de investigação alemãs e sul-africanas desenvolveram uma técnica que reduz o índice de picada de mosquito na região do tornozelo humano, com vista a combater a malária que continua a matar no País. Segundo o pesquisador da UEM, Prof. Doutor Hermínio Francisco Muiambo, a iniciativa surge a partir do momento que os investigadores descobriram que as duas principais técnicas de combate à malária, nomeadamente, o uso de redes mosquiteiras impregnadas com repelentes e pulverização intradomiciliar, apresentam limitações. “Estas estratégias são eficazes apenas quando se trata da protecção de pessoas dentro de casa. Nos lugares abertos como quintais, ruas e campo, onde são frequentes os mosquitos, a estratégia não funciona”, disse. Explicou que, um estudo desenvolvido em Uganda mostra que a maior parte de picada de mosquito, insecto causador da malária, ocorre na parte do tornozelo, o que despoleta a necessidade de proteger devidamente esta parte do corpo humano. “Nas zonas rurais, maior parte das vítimas são crianças e mulheres que usam roupas curtas, como calções e saias, por isso que fabricamos sandálias a partir de um material que liberta de forma controlada um repelente que retrai o inseto”, revelou. Destacou que a inovação complementa as estratégias nacionais de combate a doença que são eficazes apenas dentro de casa, numa situação em que o nosso clima, tropical, não permite que as pessoas fiquem no interior de residências por muito tempo. “As nossas sandálias fizemos com um material muito barato e de fácil uso pelas agências internacionais que tenham interesse em comprar e distribuir nas comunidades. Usamos uma sola de resto de pneu e as tiras da própria sandália são feitas a partir do plástico que tem inseticida ou repelente impregnada”, sublinhou. O pesquisador reiterou que existem tiras produzidas a partir do material convencional, como é o caso de polietileno, usado geralmente para o fabrico de sacos plásticos e outros objectos, no qual introduzem repelente através da técnica de arrefecimento rápido. “O nosso estudo mostra que a libertação de repelente pode ocorrer até seis meses, havendo atividade para a repelência dos mosquitos”. Testes laboratoriais feitos na África do Sul e Alemanha comprovam a eficácia desta inovação, sendo que, em Moçambique, decorrem ensaios no laboratório de Química da Faculdade de Ciências da UEM. No momento, a produção é artesanal e as sandálias poderão vir a ser adquiridas no mercado nacional a um preço de cerca de 350 meticais, valor que poderá baixar com o aumento do nível de produção nacional e facilidades de importação do material no exterior.
fonte: site da UEM
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